Os concursos de miss foram muito populares no Brasil nas décadas de 1950 e 1960. Figuras como Martha Rocha (2º lugar no Miss Universo de 1954), Teresinha Morango (2º-1957), Adalgisa Colombo (2º-1958), Yeda Maria Vargas (1º-1962) e Marta Vasconcelos (1º-1968) viraram verdadeiras lendas pelas mãos das revistas O Cruzeiro, Fatos e Fotos e Manchete.
Após o 2º lugar de Rejane Vieira em 1972, a popularidade dos concursos de beleza começaram a declinar no Brasil. Esse declínio pode ser creditado, dentre outros fatores, à maior penetração, no país, da contracultura - voltada para o anti-social e focada em discursos libertários e em transformações da consciência, valores e comportamentos – e das idéias feministas - que acusavam os concursos de beleza de objetificação da mulher. Nesse Miss Universo de 2007, Isabel Lestapier Winqvist, Miss Suécia, teve que, inclusive, abandonar o concurso antes da final, devido às constantes críticas, em seu país, ao 'caráter degradante da competição à condição feminina'.
Vários intelectuais também acusam os concursos de beleza de eugenia, ou seja, de ideais de melhoramento racial, muito embora, nas duas últimas décadas, o Miss Universo venha fazendo algum esforço em brindar a maior diversidade racial e valorizar mais as entrevistas das candidatas. A performance no palco e a montagem da candidata (figurino, cabelo, maquiagem, tonificação corporal, etc) parecem, contudo, ser os atuais elementos mais valorizados do concurso. Isso significa que não necessariamente ganha a mais bela em si, e sim a que melhor consegue se montar, se destacar e promover o melhor espetáculo.
Mas o fato é que, nas duas últimas décadas, as latinas mantêm a hegemonia dos resultados no cômputo geral. E são exatamente elas as maiores usuárias de artifícios como silicones, bioplastias, cirurgias plásticas, além de serem campeãs em coqueterias no momento do desfile.
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