domingo, 29 de julho de 2012

UMA QUESTÃO DE VIDA

Usar ou não usar? Eis a questão!


A importância do uso do preservativo nas relações sexuais: uma resistência entre conhecimento e comportamento.

Já esta mais que provado e comprovado que o uso do preservativo nas relações sexuais é a melhor forma de proteção das doenças sexualmente transmissíveis, em especial o HIV, além de precaver uma gravidez indesejada.
Pesquisas indicam que a grande maioria da população brasileira sabe sobre a importância do uso da camisinha. Contudo, podemos constatar que, apesar da consciência e do conhecimento cognitivo, no mundo real as coisas acontecem um pouco diferentes. Estamos falando de seres humanos, com todas as suas questões subjetivas, seus paradoxos e suas ambivalências. Existe uma distância entre a informação e o comportamento. Este hiato, aonde habita a ordem “use camisinha” e a esfera do desejo e do prazer, tem sido negligenciado na abordagem deste tema tão complexo.
Entre o mando imperativo da pratica do sexo seguro, também conhecido como sexo com barreira, e sua pratica no mundo tangível, existe um campo que pode estar relacionado a algumas formas de resistência ao uso do preservativo. Se levarmos em consideração que, simbolicamente, o uso da camisinha pode representar a incompletude (barreira) da união no ato sexual, temos, neste caso, uma das possíveis explicações para o sexo desprotegido.
Se não levarmos em consideração outros fatores, todos ligados diretamente as peculiaridades da existência humana, não poderemos construir respostas para esta quase indecifrável questão. Os humanos, como todos podem observar, são atravessados por componentes intangíveis, simbolismos incompreensíveis e mistérios que ultrapassam a fronteira da razão. Crenças se misturam a duvidas e as decisões, nem sempre, obedecem as normas de gerenciamento de riscos, principalmente na esfera do sexual. Reside na sexualidade, possivelmente, o “calcanhar de Aquiles” da humanidade.
Outros fatores, hoje, contribuem para o afrouxamento da administração da pratica do sexo seguro, entre eles a crença de que existe tratamento, as novas descobertas a respeito da reduzida possibilidade de infecção por soropositivos com carga viral indetectável e o fato de que a nova geração não testemunhou a fase avassaladora da epidemia, nas décadas de 80 e 90.
Como se pode observar, este é um tema árido, onde simplificações e explicações rasteiras não dão conta de responder este impasse.

George Gouvea
Psicanalista

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