CULTURA - Uma opção cultural pra quem visita Caruaru é o Museu do Mestre Galdino, um dos grandes mestres do barro do Alto do Moura.
Quem passa pelo portal do Alto do Moura é convidado a fazer uma viagem diferente. No local, o guia é mestre Vitalino, o artesão mais famoso que empresta nome à avenida principal. Seguindo, se chega à casa onde ele viveu, sempre muito visitada.
Mas, basta percorrer a avenida um pouco mais pra conhecer um outro artesão que é dono de um nome parecido, mas com um estilo bem diferente da obra de Vitalino. É bem no final da avenida que se depara com uma casa simples, construída para homenagear um artista igualmente simples, mas que soube retratar como ninguém toda complexidade da vida do nordestino.
Trata-se do Museu do Mestre Galdino, construído em 1996. Pra quem não o conhece, o próprio em forma de escultura dá as boas-vindas. É um mundo cheio de poesia e figuras fantásticas. Mundo surgido na cabeça de um ajudante de pedreiro que veio de São Caetano.
“Ele vem a Caruaru já adulto. Na cidade, ele vai ao Alto do Moura, para trabalhar como pedreiro. No local, ele se apaixona pelo o que vê. Daí, faz uma prece a Deus, pedindo ajuda para lhe dar inspiração como ceramista. Galdino falou que Deus o respondeu e lhe disse que ele já nascera ceramista. Então, começa toda essa história do universo da arte”, contou a coordenadora de museus de Caruaru, Regina Lúcia.
Ao entrar em contato com o terreno fértil do lugar, percebeu que sua missão não era simplesmente construir casas, mas sim dar forma a sonhos.
“Galdino traz trações surrealistas em suas peças. Ou seja, ele reúne traços do ser humano, da vida humana, da vida vegetal. Ele consegue fazer uma poesia de uma peça”, explicou o professor de história, Everaldo Fernandes.
O mais novo dos três filhos, único vivo hoje, lembra bem de o quanto o pai trabalhava compulsivamente. “Ele acordava às 6h. Às 7h, fazia o café. Depois, ele já começava a trabalhar com barro. Ele começou a criar essas obras que temos”.
O também poeta e violeiro viajou pelo Brasil, acompanhando o elenco da peça “O Auto das Sete Luas de Barro”, o que ajudou a divulgar sua obra. Das mãos do mestre Galdino, nasceram vários personagens. O mais famoso sem dúvidas foi o “Mané Pãozeiro”.
Assim Galdino, mais do que um homem virtuoso, virou uma marca, um traço de sucesso.
Até hoje é uma presença forte na vida do Alto do Moura e em especial na do filho. “Eu sinto a presença dele, como pai e como escultor”, disse o filho.
Do mais ab
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